Sindicato dos Bancários e construção democrática (uma contribuição). (FolhaBV)

01/05/2013 13:44

 

Sindicato dos Bancários e construção democrática (uma contribuição).  (FolhaBV)

O Sindicato dos Bancários de Roraima, hoje denominado Sindicato dos Trabalhadores do Ramo Financeiro de Roraima (SINTRAF/RR), conforme reforma estatutária de 2010, foi fundado em 1984, permanecendo como Associação de Bancários por dois anos (conforme legislação da época), obtendo a confirmação oficial como Sindicato no ano de 1986. Com uma importante história no movimento social do nosso Estado, mais velho do que o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Roraima (SINTER), o Sindicato dos Bancários contribuiu para a construção de outras entidades tais como o Sindicato dos Comerciários, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais, o Sindicato dos Correios, entre outros. Funcionou em sua antiga sede, na Avenida Glaycon de Paiva, a chamada “Intersindical”, a qual abrigou vários sindicatos e foi o alicerce para a construção da Central Única dos Trabalhadores em RR (CUT/RR). Hoje, no alto de seus vinte e sete anos, é uma das poucas instituições que têm sede própria no centro histórico de Boa Vista (Avenida Bento Brasil), uma prova inequívoca de que com poucos recursos e uma administração transparente e coerente pode-se construir um patrimônio que, se não é público, é herança coletiva de várias gerações de bancários. Afinal, com menos de quinhentos associados, pode-se deduzir a pouca receita que entra em sua contabilidade. Entretanto, em um Estado em que campeia a corrupção e os desmandos políticos, o descaso com a população e as cidades, este sindicato também tem sua importância na formação de lideranças que atuam no movimento social e político, com uma tradição democrática em suas eleições e poucos casos que poderiam manchar sua história. Mais uma vez, agora nos dias 14 e 15 de maio, os bancários são chamados a eleger sua diretoria (triênio 2013/2016). Podem votar os associados que tenham mais de dois anos na profissão e seis meses de sindicalizados; o mesmo critério para ser candidato. Duas chapas disputam o pleito. Creio ser possível recuperar uma tradição de entidade independente dos governos, dos patrões, dos partidos políticos e que paute sua atuação pela defesa intransigente dos interesses imediatos e históricos dos trabalhadores. A necessária e urgente postura que una a defesa do bancário, explorado como ser social de uma categoria específica, com a defesa dos outros trabalhadores, explorados sistematicamente. Uma direção sindical que lute pela transparência e decisão coletiva como princípio inalienável, imprescindível, intransferível; que faça da honestidade e dignidade, práticas cotidianas, vacinas contra a corrupção e o autoritarismo; que faça uso dos instrumentos materiais e não materiais do sindicato sempre em defesa do interesse coletivo e não de interesses mesquinhos, individuais, particulares. Enfim, uma direção que se renove e renove a ação sindical, contribuindo para que a juventude (característica maior da categoria bancária) veja e seja partícipe de um necessário outro modo de fazer política, seja no sindicato, na praça, na sociedade. O Sindicato dos Bancários pode e deve ser parceiro na construção democrática de Roraima: esta a tarefa dos bancários e bancárias, neste momento.

Robert Dagon, bancário, sindicalista e membro do PSOL.