Privilégios do poder x poder dos privilégios (FolhaBV)
Privilégios do poder x poder dos privilégios
Robert Dagon (*)
Estamos vendo as tomadas de posição em relação às eleições de 2014, particularmente do senhor Roberto Campos, ex-governador de Pernambuco, que insinua, junto com a ex-ministra Marina Silva, “aproveitará o melhor do PT e do PSDB”. Com todo o respeito que merecem, espera-se que isto não signifique “copiar o mensalinho e o mensalão”, apesar de não podermos esquecer que ambos foram ministros do governo Lula e, até o final do ano de 2013, faziam parte do governo Dilma. Um legado histórico do modo de fazer política na Terra Brasil: “um pé dentro e outro fora do poder”, ou “oposição crítica”, “oposição responsável”.
Quase todos sabem, e é importante registrar aqui, que o terno e (e)terno presidente Lula disse em alto e bom som que o mensalão só é 20% verdadeiro. Isto é o mesmo que dizer que alguém é meio honesto ou honesto 80%, ou, ainda, um assassino afirmar que somente é responsável por 90% de seu crime, os outros 10% cabem a quem inventou a arma utilizada.
Por outro lado o senador Aécio Neves, em um programa de elevada audiência, disse ser a favor do voto obrigatório, pois “a sociedade brasileira não está preparada para exercitar o voto facultativo”. Uma pergunta não pode calar: sem praticar, aprenderemos quando? O voto deve ser um direito e não um dever. O que tem afastado as pessoas das eleições e da prática política é o fato dos profissionais da política fazerem dessa atividade humana meio de vida, com suas consequências nefastas e a corrupção desenfreada. Com uma “oposição” desse calibre a “situação” dorme em berço esplêndido.
Pelas considerações acima podemos fazer um paralelo com o nosso Estado, uma vez que em um mês de governo três questões chamam a atenção: a limpeza do Parque Anauá realizada pela comunidade (que não custou R$ 5 milhões); a compra dos carros para as polícias civil e militar; e a venda dos prédios do Conjunto Executivo e do avião do governo. As consequências são: a venda do conjunto e do avião pagou a propaganda oficial da limpeza do parque; os carros foram adquiridos com dinheiro federal; o aluguel de prédios de particulares para abrigar órgãos públicos continua e, mais uma vez, foram trazidos secretários de outros Estados, pois em Roraima, apesar das várias instituições superiores de ensino, parece não haver profissionais competentes para assumir cargos municipais ou estaduais.
Bem, para finalizar, uma nota para a parceria do governo do Estado com a Prefeitura de Boa Vista (cujo refrão é: “juntos trabalhamos melhor”): 40 + 45 + 15 + 15 + 25 + 31.
(*) Bancário