Praças, lazer e construção democrática das cidades. (FolhaBV)

13/06/2013 13:51

 

Praças, lazer e construção democrática das cidades.   (FolhaBV)

O lazer é um bem necessário para todos e o poder público tem papel fundamental. É dele o dever de oferecer meios para que a população se divirta. Médicos dizem que esse não é um gasto e sim um investimento em saúde. Por isso, esse tema deve estar presente nas discussões sobre nossos municípios. O esporte e o lazer são considerados válvulas de escape para o stress do dia a dia. Mas, em nossas cidades do interior, principalmente, ainda faltam opções. Alguns municípios sequer investem no básico. As praças são opções baratas e que atendem a muita gente. Não se cobra ingresso e não existe um limite de idade. Crianças aproveitam os brinquedos, pais acompanham os filhos, jovens e idosos “batem papo” e se exercitam ou frequentam a praça todos os dias; se divertem os pequenos, que não aguentam mais ficar em casa. Mas a maioria das praças está praticamente destruída, com a casinha das crianças e brinquedos quebrados, balanços e gangorras arrebentados. O valor médio para reformar uma praça que já existe e deixá-la equipada e mais atrativa para a população é de aproximadamente R$250 mil. Mas, para alguns especialistas, não é dinheiro gasto, mas sim um investimento, já que cada centavo empregado nas atividades de lazer e esporte será economizado na compra de remédios e tratamento de doenças. Além das praças, os parques naturais garantem a interação com a natureza. Ciclovias, se existissem, ajudariam quem gosta de pedalar a ter mais segurança, um lugar garantido no trânsito e ainda faria bem à saúde. Academia ao ar livre é outra boa opção. A relação do custo/benefício do lazer esportivo com a saúde é muito grande. No sentido da preservação de toda a estrutura esquelética, a atividade física preserva a massa muscular e óssea, ao mesmo tempo em que mantém a gordura no seu patamar regular, normal e faz o condicionamento cardiorrespiratório. Logo, é um agente promotor de saúde. O lazer previne doenças e pode até mesmo curá-las. Na atenção primária ele deve ser estimulado, deve ser incentivado por todas as políticas públicas. Apesar de tantos benefícios a área de lazer não tem uma remessa de recursos garantida. Segundo a legislação brasileira o orçamento público tem gastos obrigatórios somente com educação e saúde. Geralmente a outra parte fica comprometida com a folha de pagamento dos funcionários municipais. Necessária, aí, a responsabilidade dos administradores públicos, buscando através de aprovação de projetos junto aos ministérios novos recursos e investimentos visando esporte, lazer, qualidade de vida da população. Apesar dos governantes não terem a obrigação de investir na área de lazer e esporte, todas as medidas que forem adotadas no sentido de proporcionar para a população um entretenimento, um lazer, encaminhamentos para o esporte e estimulação para esse nicho de qualidade de vida são fundamentais. O benefício é total, uma grande oportunidade para os jovens serem envolvidos com o lazer, com a diversão, Podendo ter aí, inclusive, a oportunidade de se ativar nas práticas esportivas que, além de auxiliar na educação, na saúde de maneira preventiva, formam atletas e pessoas comprometidas com valores que são fundamentais para a sociedade.

Robert Dagon, bancário, militante do PSOL.               robert_dagon@hotmail.com