Manifestação dos trabalhadores em educação, ponta do iceberg. Uma reflexão. (FolhaBV)

16/08/2013 14:01

 

Manifestação dos trabalhadores em educação, ponta do iceberg. Uma reflexão.    (FolhaBV)

Os trabalhadores em educação do Estado de Roraima reivindicam o cumprimento de um acordo judicial firmado com o Governo. Entre questões financeiras, sobressai, particularmente, a realização de eleições diretas para diretores de escolas. Este item tem importância fundamental para a necessária construção democrática em Roraima. A utilização do espaço de ensino e aprendizagem para acomodar interesses políticos de aliados, traz sérios prejuízos às gerações futuras. Nas escolas devem estar os profissionais ligados a essa importante esfera da cultura. Estes profissionais devem ter primazia na edificação e condução da formação dos novos homens e mulheres. Devem ser escolhidos livremente pela comunidade acadêmica, sem lista sêxtupla ou qualquer outro instrumento utilizado no período da ditadura militar. De forma direta e proporcional, estudantes, professores, funcionários, devem eleger os diretores, com controle e fiscalização sobre seus mandatos, definindo de forma mais democrática possível à aplicação e prestação de contas dos recursos, sejam estes financeiros ou estruturais. É de extrema gravidade que o sindicato da categoria (SINTER) tenha que apelar para a justiça e mais grave ainda é a Secretaria de Educação e o Governo desrespeitarem um compromisso judicial. Como na saúde e outros setores o que interessa aos atuais governantes é a utilização dos recursos para o enriquecimento particular. O desrespeito é alarmante e toda a estrutura governamental e estatal é dirigida para a propaganda dos detentores do poder, seus familiares e aliados. Campeia solta a privatização desenfreada do governo e do estado. A terceirização de serviços, ao arrepio da lei, é uma realidade criminosa. A indicação de diretores de escola é apenas o exercício indecente desta prática nefasta que é, digamos, a “privatização política” das escolas. Diretores de escolas foram e poderão ser utilizados como cabos eleitorais dos “chefes” que ocupam os espaços de poder no legislativo e no executivo. É importantíssimo o apoio da sociedade roraimense aos trabalhadores em educação em suas reivindicações imediatas e, mais ainda, a compreensão de que questões tão específicas têm implicações com um governo e um estado que represente os anseios mais sentidos da população.

Robert Dagon, bancário                               robert_dagon@hotmail.com

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