Governo de “frente única”, um único prejudicado ... pensamentos. (FolhaBV)

18/09/2013 14:10

 

Governo de “frente única”, um único prejudicado  ...  pensamentos.   (FolhaBV)   ...

Este não é o texto de um especialista em sociologia. Apenas  ensaio de um curioso. Mas faz-se necessário refletir sobre alguns fatos que, infelizmente, se tornaram corriqueiros no Estado de Roraima e em nosso País. Parece casual o cada vez maior agravamento do problema da corrupção. Agora já não se tenta esconder os fatos, apenas se afirma que “está tudo declarado perante a Receita Federal e os Institutos, em pleno acordo com a “Lei”. Enfim, está tudo “legalizado, oficializado”, incontestável pelos órgãos de fiscalização municipal, estadual e federal. Mais: mensaleiros adquirem ou se utilizam de recursos e mais recursos, novos julgamentos, redução de penas, pagamento com cestas básicas ... nenhum foi, é, ou será punido. Esta a face mais horrenda e perigosa da corrupção: ela adquire legitimidade, atinge mortalmente o ordenamento jurídico, “divide” a Corte Suprema do País. Poucos são os que se levantam contra a “ordem estabelecida”. Lutadores de ontem são aliados dos mesmos criminosos dos tempos de chumbo da ditadura. São aliados em argumentos, ideias, práticas, procedimentos, condutas e, mais contundentemente, em métodos. Seu humanismo reduz-se ao “h” do dinheiro, alçado ao topo do projeto ideológico do “rouba mas faz”, do “mal necessário”, do dividir o bolo e dar migalhas a parcelas da massa populacional. Mas uma das raízes desse processo pode ser encontrada nos governos de frente única, no século passado, e, mais recentemente, no caso brasileiro, bastante sintomático , nos dez anos de governos “PTistas”, verdadeiras “arcas de Noé”. Como as chamadas “camadas populares” são tratadas como incapazes de qualquer reflexão, o Povo pode ser convencido de que há um governo popular, que reflete as contradições da sociedade, das classes sociais. Entretanto, o que se materializa é a destruição de conquistas históricas, com: a) a terceirização dos serviços, com contratação sem carteira assinada, por “empresas” cujos donos são políticos ou seus laranjas; b) os “contratos temporários” e os “seletivos”; d) hoje, a contratação de médicos estrangeiros, amanhã ,talvez de outras categorias, sem os mesmos direitos da nossa classe trabalhadora; e) fim do poder do Ministério Público de exercer o seu papel; f) a venda do patrimônio público a preços aviltantes; e) a tentativa de fazer uma reforma política que tire de cena os poucos partidos que lutam contra o status quo; f) a falta de discussão sobre a matriz energética e alternativas plausíveis, com o necessário cuidado com o Meio Ambiente. Esconder as mazelas e quem são os beneficiários do “governo popular” é o que tenta a “equipe” do governo federal, seu principal partido, seus aliados. Cabe ao Povo (único prejudicado) e seus combatentes construírem um projeto político estratégico aqui, agora, já.

Robert Dagon, bancário.                   (robert_dagon@hotmail.com)