Eleições, política, disputa de poder, sonho ... (FolhaBV)

05/03/2014 21:44

 

Eleições, política, disputa de poder, sonho ...

Robert Dagon .

As alianças que se desenham no cenário político de nosso País e de Roraima, em particular, não alteram as relações de governo e nem de Estado. Os grandes grupos dominantes sentem-se à vontade para definir suas estratégias, táticas, acordos, sempre tendo como ponta de lança seus interesses particulares. O maior partido político, o PMDB, ameaça o dito “representante” da esquerda (PT), em busca de mais um ministério. Partidos que estavam na base governista até bem próximo do florescer de 2014, tentam construir suas candidaturas, timidamente, pois não podem negar sua participação na festa de assalto aos cofres públicos. Talvez os mais “honestos”, que apoiaram ou apoiam o atual cenário político, sejam os mais criminosos: conciliam sem receber nada ou “comem os restos” do assalto.

Embora pareça indefinido o quadro em RR, podemos arriscar dizer que as “articulações” giram em torno do interesse em colocar o vice de uma das chapas “mais próximas do poder” local ou nacional. Definido o leilão, tudo parecerá mudado para continuar como está. Afinal, o Governo Federal precisa de alguém para fazer o “trabalho sujo”, que é defender no Congresso Nacional os mensaleiros e esconder seus crimes que se perpetuam, exercer uma liderança de Robin Hood às avessas (roubar dos pobres para dar aos ricos). Como consequência, Roraima poderá continuar a ser a terra de ninguém, desprezada, abandonada, de um lado, e, de outro, celeiro dos meliantes de gravata que se enriquecem com o dinheiro público, suas emissores de rádio e televisão, suas “cooperativas”, empresas terceirizadas, emendas parlamentares que “se perdem entre o cerrado e o lavrado”, que chegam aqui mutiladas, já descontados os 20% do autor.

Somente a construção de uma alternativa popular, sem acordos, sem conciliações com os dois grandes grupos poderá alterar ou resistir na Terra Macuxi. Uma alternativa dos que acreditam que não morreram as aspirações expressas nas manifestações de 2013. Uma alternativa da juventude esquecida, dos esquecidos nos Sindicatos de direções traidoras, que desviam a atenção e conciliam com os “donos do poder”. Uma alternativa que organize os descontentes e seja porta voz de suas aspirações sem substituí-los, que traduza sua práxis no conceito de liberdade que se aproxime ao máximo da democracia direta, com plenárias, reuniões, prestações de contas do mandato e do dinheiro recebido, porque dinheiro público.

Para construir o sonho, com a palavra os partidos, as associações, os sindicatos, os intelectuais que se dedicam ao trabalho de mudar o que aí está; os discriminados e violentados por questões de ordem política, orientação ideológica ou religiosa, opção sexual, condições físicas, econômicas ou financeiras, em uma palavra: o Povo, maioria não representada, desrespeitada, vilipendiada, que “eles” acham que podem sempre comprar.

“Um dia descobrimos que apesar de viver quase um século esse tempo todo não é suficiente para realizarmos todos os nossos sonho”   (Quintana, Mario).

Bancário,             robert_dagon@hotmail.com         www.cms.robertdagon.webnod.com/