A corrupção sob alguns aspectos ... pensamentos ... (FolhaBV)
A corrupção sob alguns aspectos ... pensamentos ... (FolhaBV)
A corrupção ocupa grandes espaços na mídia televisiva, falada, escrita e precisa ser analisada sob diversos ângulos. A princípio podemos refletir sobre o “toma-lá-dá-cá” do dia-a-dia, no recebimento de propina para realizar algum serviço público ou privado, no “simples” ato de furar fila no mercado ou no banco, no jeitinho sorrateiro de delinquir no trânsito, ou mesmo no “trote” maldoso que se dá em algum colega na escola ou no trabalho.
Na condenação que se expressa “da boca para fora” de alguns políticos, em especial dos “mensaleiros”, fica registrada de forma mascarada a defesa dos métodos que envolvem a corrupção, mesmo que inconscientemente. Neste item ganha força a tentativa de traduzir como crimes políticos os crimes comuns cometidos por ocupantes de cargos públicos, políticos de alto escalão, autoridades dos poderes legislativo, executivo e judiciário. Seus passos, se seguidos com critério pelos órgãos fiscalizadores, levariam a fortíssimas evidências, se não a provas efetivas, de enriquecimento ilícito às custas do erário público. São, quase todos, pessoas que aumentaram seus patrimônios exponencialmente, precisamente após a assunção dos diversos cargos. Tentam justificar este aumento atribuindo-o às respectivas remunerações, o que não se comprova. Precisariam passar todo o mandato sem gastar com quaisquer despesas para amealhar os vultosos recursos. São, alguns, pessoas com pouca qualificação profissional, alçados aos cargos por força do apadrinhamento político, passando por cima de profissionais especializados nas diversas áreas. São, os mais “fortes”, detentores de expressiva presença no espectro político, “lideranças” e “chefes” de partidos políticos ou mesmo donos, ocupantes dos espaços de poder a serviço dos seus interesses privados, escondidos sob o manto de suas ideologias, estas, sim, as máscaras que usam para formar verdadeiros batalhões de seguidores que, com suas bandeiras e símbolos, se prestam ao serviço menor, que é o de explicar o trabalho sujo, a exemplo do que se dizia no tempo da ditadura: engordar o bolo para depois dividir. É preciso esclarecer quando e quanto será necessário para realizar a divisão.
Outros são os que, com ilibada conduta pessoal e profissional, respaldo social e credibilidade política emprestam seus nomes e suas histórias para os profissionais da corrupção. Arrependidos de seus passados tornam-se sócios, dirigentes, zelosos defensores e até mesmo perseguidores e ferozes algozes dos que continuam na luta por condições de vida e trabalho dignos. São, como dizia Paulo Freire em “Pedagogia do Oprimido”, piores do que seus mandantes. Muitos convivem com a juventude de forma cotidiana e envenenam sua personalidade e caráter, adiando o necessário debate sobre que passado tivemos, que presente temos e que futuro queremos.
Leo Huberman diz, em “História da Riqueza do Homem”, que “dinheiro não nasce em árvore e se assim o fosse alguém teria que plantar”, uma alusão à produção da riqueza pelo Homem, o que nos leva a pensar que a apropriação privada dos recursos da saúde, da educação, da merenda escolar, dos meios de produção cultural, medicinal, de energia, por uma minoria que se apodera do Governo e do Estado, nos levará ao caos, nunca a um Mundo melhor.
Robert Dagon, bancário robert_dagon@hotmail.comomemeH